Filho Predileto
Certa vez perguntaram a uma mãe qual era o seu filho predileto, aquele que ela mais amava.
E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:
"Nada é mais volúvel que um coração de mãe.
E, como mãe, lhe respondo:
O filho dileto, aquele a quem de dedico de corpo e alma...
é o meu filho doente, até que sare.
É o que partiu, até que volte.
O que está cansado, até que descanse.
O que está com fome, até que se alimente.
O que está com sede, até que beba.
O que está estudando, até que aprenda.
O que está nu, até que se vista.
O que não trabalha, até que se empregue.
O que namore, até que se case.
O que casa, até que conviva.
O que é pai, até que os crie.
O que prometeu, até que cumpra.
O que deve, até que pague.
O que chora, até que se cale."
E, já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou:
"O que já me deixou...
... até que o reencontre..."
( Não conheço a autoria)
![Foto: Meus filhos amados!](https://scontent-b-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-prn2/t1.0-9/p403x403/1507734_1484852668412263_5154411395974614877_n.jpg)
" Naquela nuvem, naquela, mando-te meu pensamento:
Os sonhos foram sonhados e o padecimento aceito.
E, onde estás Amor Perfeito?
Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida deram flor por toda a vida.
Ai de mim que sobrevivo sem o coração no peito.
E, onde estás Amor Perfeito?
Longe, longe, atrás do oceano que nos meus olhos se aleita
entre pálpebras de areia...
Longe, longe...Deus te guarde sobre o seu lado direito
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor Perfeito."
( Cecília Meireles)
Faltava menos de um mês para que completasse seus dezoito anos.
Poucos minutos depois desse chamado, novamente toca o telefone. Ela corre, inexplicavelmente apreensiva para atender "Alô, aqui é do hospital... dois jovens sofreram um acidente de moto, um deles está bem, mas é grave o estado do outro". Ela sentiu algo como uma pontada gelada no meio do peito, como se algo lhe tivesse cortado o coração, pegou a chave do carro e para lá se dirigiu. Era final de noite num dia 10 de agosto. No início da madrugada, mais precisamente, à zero hora do dia quinze, ele não voltou do estado de coma. Ao clarear do dia, a manhã era lacrimosa em todos os sentidos, céu totalmente coberto por nuvens escuras e uma chuva silenciosa e constante, manhã profundamente triste.
Dias e noites de muitas lágrimas depois, ao conseguir sair às ruas, no centro da cidade passou por uma loja e dentro desta, lá no fundo havia um pôster que, mais uma vez, de forma inexplicável atraiu sua atenção e ela entro, nem tanto por ele, mas, em busca da ajuda de livros que lhe abrandassem tamanha dor: saudade!
Aproximou-se pouco depois para ler o que estava escrito em letras não muito grandes, no pôster:
" O amor é uma porta aberta para a LUZ."
E aquela voz repetiu em se coração: "deixa a porta aberta..."
E, esta foi a senha para alcançar a resignação, a mansitude diante do inevitável, ou seja, não poder devolver-lhe a vida, aquela devastadora dor pela impotência, a tristeza por tudo que, por um motivo ou outro, poderia ter sido diferente e melhor, mas que inevitavelmente aconteceu como tinha que ser.
Ela entendeu então que havia uma forma de mantê-lo vivo, distante de todos os percalços e pedras do caminho...bastava deixar aberta a porta, bastaria amá-lo e eternamente ele estaria vivo dentro daquele coração de mãe. E, assim foi, é sempre será durante sua existência.
O tempo apaziguou a dor. Ela aprendeu e divulga sempre que necessário que
Ninguém Morre Enquanto Permanece Vivo No Coração de Alguém...
A lembrança é um estar constante e muitas coisas remetem a ela. Apenas como exemplo, uma música marcante na época: "I just talk to say I love You"...coincidência, não?
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