Por volta de
seus 4 a 6 anos, Helinho sentia-se curiosíssimo em relação às formigas que
caminhavam em seu quintal. Mãos nos
joelhos, curvava-se para melhor apreciar a trajetória cambaleante desses seres tão pequeninos, cujo esforço pelo que carregavam era enorme, tantas vezes
em dimensões muito maiores do que seu corpo. Parecia que ao passar uma pela outra, uma vinda e a outra indo, elas
trocavam alguma espécie de código...o que seria provavelmente estava relacionado à organização do seu trabalho, ou, alguma palavra de encorajamento, quem sabe até dicas sobre a meta a alcançar. Observava o trajeto percorrido até o destino: possivelmente, a casa ou mesmo alguma uma espécie de corporação, ou cidade, onde a comunidade convivia. De lá, outras saiam, organizadamente, para buscar nova
carga, sob o sol a pino. Ele se
encantava com aquilo. Mesmo sem se dar conta, certamente, muito aprendeu sobre a capacidade desses seres aparentemente tão frágeis, mas tão guerreiros, sua capacidade de organização para o trabalho em equipe, o esforço, suas estratégias de defesa, a indispensável comunicação para o êxito de sua empreitada. Vieram, portanto, das formigas as primeiras noções de luta, persistência apesar das adversidades... superação,
determinação para alcançar as metas. Aprendeu a respeitar as diferenças, também e, mais, que de onde menos se espera pode vir uma ferrada e tanto e, como doem! Delas ainda as primeiras noções de trabalhar pelo sustento mas sempre
guardar um pouco. E, hoje, este admirador e discípulo das formigas, professor entre outros ofícios, por seus esforços é hoje um cidadão para ninguém botar defeito, sempre estudando, ensinando e educando, é um excelente chefe de família, filho abençoado, um trabalhador incansável, apesar de tudo, capaz de superar qualquer obstáculo. Vale ou não vale prestar atenção no que está por aí espalhado por toda a natureza?
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