De Menotti Del Picchia
"O teu beijo é
tão doce, Arlequim...O teu sonho é tão
manso, Pierrot...
Pudesse eu repartir-me, encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo...
e a Pierrot,
minha alma!
Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho, pois um me dá prazer, o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra: Um me fala do céu...outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar e, em verdade, toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente. Porque a história do amor só pode se escrever assim: Um sonho de Pierrot e um beijo de Arlequim!"
Colombina era o
pivô desse triângulo amoroso, inspirador
no teatro do mundo e por aqui, popularmente, por tantas marchinhas quando o carnaval era bem mais romântico. Ela era uma criada, muito bela e tão refinada
quanto sua ama, a filha de um rico comerciante, Pantaleão.
De um lado o apaixonado e pobre serviçal Pierrot, com seu rosto sem máscaras, pintado de branco. Vivia pelos cantos suspirando e chorando por Colombina. Do outro, o esperto Arlequim, uma espécie de bobo da corte, trapalhão, fanfarrão e preguiçoso, mas, capaz de passar por ingênuo e ser gentil galanteador.
Justo pelo Arlequim colombina mostrava-se, cantando e dançando, com toda a sua graça...enquanto isso, o coitado do Pierrot
chorava pelos cantos!
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