segunda-feira, 12 de maio de 2014

Máscaras


 
De Menotti Del Picchia
 


"O teu beijo é tão doce,  Arlequim...O teu sonho é tão manso, Pierrot...

Pudesse eu repartir-me, encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo...
e  a  Pierrot,  minha alma!

Quando tenho Arlequim, quero Pierrot  tristonho,  pois um me dá prazer, o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra: Um me fala do céu...outro fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar e, em verdade, toda a razão do amor está na variedade...

Penso que morreria o desejo da gente se Arlequim e Pierrot  fossem um ser somente. Porque a história do amor só pode se escrever assim:  Um sonho de Pierrot e um beijo de Arlequim!"


 
Colombina era o pivô desse triângulo amoroso, inspirador no teatro do mundo e por aqui, popularmente,  por  tantas marchinhas quando o carnaval era bem mais romântico.  Ela era uma criada, muito bela e tão refinada quanto sua ama, a filha de um rico comerciante, Pantaleão.

De um lado o apaixonado e pobre serviçal  Pierrot,  com seu rosto  sem máscaras, pintado de branco. Vivia pelos cantos suspirando e chorando por Colombina.  Do outro,  o esperto  Arlequim, uma espécie de bobo da corte, trapalhão,  fanfarrão e preguiçoso, mas, capaz de passar por ingênuo e ser gentil galanteador.  
 
Justo pelo Arlequim  colombina mostrava-se, cantando e dançando,  com toda a sua graça...enquanto isso, o coitado do Pierrot chorava pelos cantos!
 
 

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